“Quando quis tirar a máscara, estava pregada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, já tinha envelhecido.”
Palavras de Fernando Pessoa. Elas descrevem momentos de nossa rápida passagem por este mundo. Tão rápida que muitas vezes não nos damos conta de que o tempo passou e ficamos mais velhos.
Nossos velhos, nossos idosos, nossos pais, avós... Pessoas queridas, que batalharam na vida e hoje buscam curtir este estágio com muito orgulho, carinho e amor ao lado de suas famílias. Infelizmente, nem sempre é assim.
Teus pais foram os responsáveis por quem você é, por estar onde estás. É difícil compreender que existam pessoas capazes de abandoná-los, largá-los em um asilo qualquer e nunca visitá-los. A cada dia que passa, ele está lá, à sua espera, no aguardo de um abraço, um telefonema. Se você já visitou um asilo, você compreende onde quero chegar, caso não o tenha feito, sugiro que possas reservar um pouco do seu tempo a isto.
Quando estive em uma dessas casas de abrigo, me cortou o coração ver os vovozinhos e as vovozinhas “sozinhos”. Uma tristeza me invadiu por tentar sentir o que eles sentiram em algum momento de suas vidas. Mesmo diante de tanto sofrimento, nada tira a bondade e o brilho no olhar deles ao receber um abraço. A carência que sofrem é tamanha, que percebe-se em meio as rugas, marcas do sofrimento.
A visita que realizei, junto a um grupo de amigos, foi extremamente marcante. Cantamos, conversamos, rezamos e nos divertimos com eles. A nossa maior felicidade era conseguir ver um sorriso em cada rosto.
Em razão disto que fico a me perguntar como os homens conseguem largar uma pessoa tão querida?! Como vivem com a consciência tranquila?! É inexplicável e não há palavras
Dou a minha vida por meus pais, não importa o tempo. Sei que tudo o que sou, devo a eles. E mesmo sabendo que eles somente serão felizes, se eu for feliz, eu quero ver a felicidade estampada em seus olhos antes que eu. Totalmente contraditório, mas quero antes que eles estejam bem, do que eu. Jamais passaria por minha cabeça deixar eles em um asilo. Eles lutaram tanto e lutam até hoje por minha felicidade. Seria desumano se eu fizesse isto.
Todos estamos destinados a esta fase de nossas vidas e sabemos que não queremos vivê-la sozinhos.
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